/// COLUNÁVEIS
Edgar Igor
O nosso EDtor chef é um cara contraditório. Ex-futuro-padre e lutador de boxe, amante da violência e o cara mais calmo que conheço, colecionador de dvd's... Originais! Um ídolo.
ivan seixas
Um bom bebedor de cerveja, recebeu influencias saxônias durante as andanças de sua vida e hoje fala alemão. É um excelente escritor, com uma criatividade transcendente psicodélica. Em suma, é malucão.
AL
Al é um cara talentoso. Fala pouco e somente quando acha que tem razão. Alguns dizem que ele é rabugento, mas na maioria das vezes ele, simplesmente, já pensou muito a respeito do que está falando. Convém prestar atenção.
carol costa
Pertence ao clã Costa, que tem o objetivo crível de dominar o Cabula e depois o Caribe. Carol era estagiária do Piada Interna Paper Xerographic Mate, e agora é estagiária sênior. É meio estranha, como a maioria dos membros do PI, mas tem bom coração e é legal. E isso que vale. Ah, ela também tem cachos - ou tinha, sei lá.
heide costa
Heide Costa é o elemento # 11 da segunda geração do clã Costa. (Um dos maiores clãs da história da humanidade). Ela tem uma gripe que nunca fica boa, um senso de humor sutil e um sono voraz. Seu nome, assim como o hard core , também pode ser abreviado por agá cê. Heide Costa. Mi gusta.
guilherme athayde
Guilherme Athayde é um cara cheio de moral, com nome de gente grande e apelido divertido, Jojo bengo. Tem uma banda com o nome em homenagem ao apelido, mas ele esnoba esse fato. Cheio de responsabilidade e postura de adulto ele costuma gerenciar ações, coloca ordem na casa, inclusive nesse Piada Interna.
camilla costa
Uma mistura de Tintim com Amélie Poulain, Camilla é aquilo que se espera de uma repórter: à mão o seu bloquinho de papel anotando e anotando ou conversando eloquentemente com as pessoas. Um dia ela te mostra algo que sabe que "só você vai dar valor" ou então te presenteia com um doce surpresita no fundo de uma caneca.
fernanda pimenta
Pi parece uma menina normal, só que levemente mais rabugenta. Mas volta e meia ela surpreende com a sua doçura enorme, alegria psica, fofura sem-noção e ótima disposição para fazer coisas legais. Menos quando ela resolve que está com sono. Aí ela vai é pra casa.
thiago rodrigues
Bitola, vulgo Thiago, sempre terá menos de 18 anos. E tem que ser assim, porque se chegar aos 25, morre. É um franco imitador de personagens e línguas. Não nega nenhuma proposta para sair de casa e é, inexplicavelmente, fofo.
rafael borges
Rafael é definitivamente um cabra peculiar. Fala japonês, desenha absurdamente bem, queria ser o Elvis, já viu mais South Park que os criadores da série e não perde a chance de fazer discussões transcendentais sobre o universo. Tem o especial dom de falar o que não devia, na hora que não devia. Deve ser por isso que ele é o Bocão.
/// ARQUIVOS
2007
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/// LINQUES
Automatisch
Azul e Flicts
Quase um sucesso
Peripécias autorais
Puta madre cabron
Rafa Samurai
Reisepost
/// domingo, 27 de maio de 2007
Pq vc n q tc, mdfkr?
por Edigarigor
Pensando comigo (e com meus bolinhos de carne situados na cabeça) comecei a lembrar dos antigos hits do carnaval baiano - passei por 'te conheci na barraca de praia real... padangue, padangue','Aê, Aê, Aê, Aê, ei, ei, ei, ei, ôeôeôeôeÔeÔ eô' entre outros - e lembrei do 'qualé'. Qualé... estranho... e pensei na origem da expressão: 'O que é' virou 'Qual é', que virou 'Qualé', e nesses tempos de internet é 'q eh'.

Não sei se devo chamar essa mudança de evolução; se essas alterações ajudam. Por enquanto atrapalham e muito. Só de pensar em 'axu, 'axim', 'miguxo' e todos esses 'emo'ismos, meu estômago dá voltas. É tanto açúcar que morro diabético após um parágrafo desses no Orkut.

Emoction é outro porre.

Tudo bem, os japoneses conseguiram se entender com simbologias: uma árvore pode dizer morte e as porra, mas como tudo aqui é exagerado; você vê tanto desenho em uma frase - e em movimentos espasmódicos - que precisa-se colocar um óculos escuros e ter muita, mas muita paciência para entender 'qualé de mermo'.

Espero o dia em que todo mundo conversará telepaticamente. Estaremos livres dos 'miguxos' e afins.
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/// quinta-feira, 24 de maio de 2007
protegido. salvo do perigo.
por Fernanda

O menino vivia debaixo d´água. Tinha seus tesouros escondidos. Ele escondia o porquinho que seu avô lhe deu quando ele tinha 4 anos, e toda vez que sobrava troco do pão, ele precisava urgentemente dar um mergulho. Lá no fundo.
Na verdade era da água, em si, que ele mais gostava. Ele dizia que seus olhos ressecavam e que seus eternos espirros eram todos por falta de água. Ele gostava de ver 'tudo mais azul, mais colorido...' Era muito mais bonito. Ele precisava proteger os olhos com óculos, não porque eles ardiam, mas é que tinha um peixe inimigo que tentou uma vez comer seu olho esquerdo, aí ele tinha medo. Todo mundo na escola ia chamar ele de caolho, e isso ele não queria. Gostava também de ser o rei naquele mundo aquático que só tinha ele de menino, todo o resto era peixe, pedra, alga e água. Sua cor predileta era azul. Mas gostava de laranja também. E independente se o fundo era areia, pedra ou azulejo, ele sempre andava com seus óculos de proteção, caso o peixe inimigo aparecesse...nunca se sabe.
Sua mãe não gostava nada dessa sua paixão pelas coisas molhadas. Ele não queria brigar com a mãe, mas ele gostava disso, fazer o que? Nem sempre a gente concorda com a mãe, mesmo quando se é menino. Teve um dia que ele resolveu que não queria mais saber de mãe brigando com ele. (Imagina, ela nem sabe nadar!) Ele definiu que ia viver definitivamente debaixo da água. Só que aí lembrou que ele ia enjoar de comer só peixe e voltou atrás. O menino nunca se dava conta que ele não conseguiria respirar sem ar. E tenho lá minhas dúvidas se ele não respirava.

* clique na imagem para vê-la colorida. E pra ver mais imagens do tipo clique aqui.
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///
Sem tempo, sem texto, sem nada.
por Carolina Costa
Minha avó me pediu uma matéria tem três semanas, minha mãe um cd, a mãe de Gabriel um texto e o piada a postagem da semana passada. Não entrei em contato com cliente, não passei na casa de minha tia Deni e até hoje não assisti Vem dançar comigo, Trainspotting e não fiz nenhum almoço decente pro meu amor. Eu não tive tempo de terminar de ler nenhum dos livros novos que eu ganhei. Não mandei e-mail pra Téo, não li a cartilha do SEBRAE, não ouvi Luiz Gonzaga, não terminei o busdoor de Agnelo. Não fui pra praia de noite como há séculos to querendo. Ainda consigo manter os batimentos cardíacos, mas nos 15min de descanso.
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/// terça-feira, 22 de maio de 2007
Um texto sobre um filme... Ou não.
por Ivan Seixas
A primeira coisa que me ocorreu essa semana foi fazer um texto sobre um filme que ainda não existe. Um filme fictício de minha fictícia autoria. Um pouco por preguiça de escrever e filmar, um pouco por achar legal manipular objetos imaginários, imaginei que poderia sair um texto interessante.

Eu pegaria uma idéia legal que eu tive prum roteiro e faria de conta que já existia. Que eu teria pego o DVD na locadora e assitido ontem à noite aqui em casa, ao invés de ter ido dormir. Agora haveriam certos aspectos da história que não me sairiam da cabeça. Pedaços de diálogos, decisões dos personágens, o final do filme... Eu não conseguiria mais pensar em outra coisa, por isso este teria sido o meu tema pro texto do piada. Acontece que anteontem eu vi um filme que me fez mudar de idéia. Por que não pegar um filme que alguem fez mas que não foi feito ao mesmo tempo, e escrever um texto que também não é um texto sobre ele?

Muito melhor! Então vou escrever sobre "The science of sleep": Um filmaço, que tem tudo pra ser um dos melhores filmes que eu já ví, e certamente o será, no dia em que alguém decidir filmar aquela idéia e transformá-la num filme. Nesse dia eu provavelmente irei até a locadora, pegarei o filme e o assistirei numa segunda-feira à noite. Tenho certeza de que vou adorar pois já gosto da idéia, que não vai me sair da cabeça, pois a idéia já não me sai e que vou ter de escrever algo a respeito, afinal já estou meio que escrevendo aqui...

Mas já que o filme não foi feito, o texto também vai ter de ficar pra próxima. Eu vou somente criar uma atmosfera, um potencial de texto, delinear uma história que possa se desenvolver em algum ponto, com potenciais de conflito que eu, por descuido ou simples falta de aptidão não soube aproveitar. O forte desse texto, assim como do (não) filme, será seu estilo. Um estilo estranho, que alguns vão gostar muito, outros vão detestar. Uns vão dizer que não sabem dizer bem onde começa a minha imaginação e termina a realidade e vice versa, alguns vão achar que o texto não termina e nem cumpre seu papel de dizer alguma coisa. Já eu, acho que foi válido enquanto exercício de estilo.
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/// sábado, 19 de maio de 2007
Não, amigooo...
por Thiago
Sou um voraz consumidor de salgadinhos. De Elma Chips a Mico's, tô mandando ver, sem preconceitos. Não me orgulho disso, sei bem dos males que minha saúde está correndo, mas para mim é um dos vícios mais prazerosos da história, quando é combinado com uma Coca-Cola e a minha série de TV favorita. Pode-se dizer que assim eu sou um rapaz feliz.

Mas antes dos tempos da TV a cabo e da internet rápida eu costumava ser feliz com coisas bem mais simples, que estavam diretamnte ligadas ao mundo das guloseimas, mas que hoje não se encontra mais. As boas promoções de salgadinhos, por exemplo. As raspadinhas, os brindes lúdicos, com mágicas, charadas e as figurinhas que te faziam aprender alguma coisa. Havia de fato emoções envolvidas além de uma simples aquisição alimentar.

A minha primeira lembrança desses brindes é provavelmente a das figurinhas da Copa do Mundo de 90. Com todas as bandeirinhas dos países participantes associadas ao clima eletrizante do torneio, eu posso atribuir à promoção, com relativa certeza, o meu atual interesse por diferentes países e culturas. Não posso dizer o mesmo da época de ouro dos Tazos, confesso que não fui um participante ativo dessa fase, mas sei que muitos guris tiveram um bom tempo com o joguinho. Afinal de contas, um dos acessórios da brincadeira era uma gosma em forma de mão -- diversão garantida pra qualquer guri.

De fato, brinquedinhos e similares são divertidos e tal, na proporção que o guri for mais guri ainda. Mas no quesito diversão emocionante nada se compara às raspadinhas. Quando existe um prêmio real na história, tudo fica mais intenso. Para o bem ou para o mal.

A promoção que mais me marcou nesse filão do entretenimento foi a raspadinha da Elma Chips, que você precisava ir seguindo as setas que apareciam. Era uma alegria apreensiva todo recreio. Mesmo os prêmios sendo toscos, o nível de dificuldade era relativamente alto, mas, em tão longínquos anos, a esperança ainda era a última a morrer. Tanto é, que num belo dia eu consegui fazer o caminho das setinhas certinho, e fui premiado com um magnífico pacote de Cheetos Bola de 35g. Estava agoniado pra acabar a aula pra que eu pudesse trocar pela mercadoria. Nesse meio tempo, uma colega minha me pediu pra ver o bilhete premiado, quando de repente, inocentemente, ela começou a raspar os quadrinhos intactos, o que invalidava meu prêmio. Minha reação foi instantânea. "Ô DESGRAÇA!! MEU SALGADINHO!!" foi o mais suave que eu pude dizer no momento. Isso porque eu gostava da menina. Ela respondeu, assustada, um "Credo, que grosso! Se for por isso eu pago o salgadinho!".

Mas aí que está. Claro que não era por causa do salgadinho, minha filha! A questão toda era que eu enfim havia ganho em algum jogo de azar, que toda a canalização da minha emoção positiva por fim tinha dado resultado, que eu não era tão azarado assim! A decepção foi tão grande que eu só consegui me sentir 100% de novo anos depois, quando eu ganhei numa promoção similar, que em vez de setas era uma combinação de números que se devia raspar.

Agora me diga, onde hoje em dia você encontra um mix tão grande de sentimentos embalado num só pacotinho de salgadinho? Acabou. Não há mais. O mercado foi tomado por Dragonballs, Pokemons, Mongomons e afins, com suas figurinhas infames cuja maior atração é o fato de serem 3D. O máximo que se pode ver atualmente de resquícios da Old School são as figurinhas de tatuagem, que pelo menos é algo que sai do papel, que tem uma finalidade clara.

Não posso deixar de ficar revoltado com tal situação. Essa é um dos grandes retratos dessa juventude perdida que aí está. Me preocupa bastante o que as próximas gerações verão. Preferia não pensar nisso agora. O que está me preocupando de verdade no momento é o que eu vou fazer com tanta tatuagem guardada na gaveta. Tava pensando em abrir uma filial do Miami Ink.
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/// quarta-feira, 16 de maio de 2007
Choveu, já era
por Fernanda
Salvador é feita de papelão. Toda ela. Choveu, a cidade se esvai pelos bueiros, em pedaços. Não faz frio, e ainda assim, todos saem nas ruas de casaco. Todos fecham as janelas dos ônibus... Mas minha observação da vez sobre a chuva é para os automóveis. Parece que os motoristas soteropolitanos(ô palavrinha feia) dirigem carros de fórmula um, e para cada estado do tempo têm que trocar o tipo do pneu. Vi em um único percurso casa-trabalho, de aproximadamente 10 km, 5 batidas; daquelas distraídas, de quem não conseguiu frear. Tosco. Isso porque todo mundo em dia de chuva anda a 30 km/h. 3 das 5 batidas aconteceram em minha frente. E antes que alguém diga que é coisa de mulher barbeira, 2 delas aconteceu entre 2 motoristas homens. A outra foi entre 2 mulheres, que não queriam sair do carro pra resolver a história porque, afinal de contas, estava chovendo!
Olha a chuvaaaaa
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/// segunda-feira, 14 de maio de 2007
Te vejo na Ilha de Caras
por Camilla Costa


A América Latina precisa de heróis. Mil livros já foram escritos e mil conferências já foram organizadas sobre o assunto. Mas o Brasil é diferente. Não precisamos de heróis revolucionários. Precisamos mesmo é de celebridades icônicas, überbrasileiros que nos provem que somos talentosos, cheios de raça e mandinga, e não desistimos nunca.
A bola da vez é Lázaro Ramos, "o ator negro". Ele aparece em TODAS as revistas e jornais, especializados ou não. Faz cinema, ganha prêmios internacionais, é humilde, batalhador, começou no teatro revolucionário na Bahia, fez sucesso na Globo e, ainda por cima, namora com Taís Araújo. Por isso, nunca se viu um negro tão reluzente nas capas de revista desse país.
Lázaro é como Marcos Pontes, o astronauta brasileiro, herói que não fez nada demais e foi colocado em um programa espacial a força, praticamente. É como Rodrigo Santoro, o ator brasileiro em Hollywood, que está tão somente tentando cavar seu espaço na indústria internacional pouco a pouco, fazendo naturalmente papéis bem menos importantes do que faz aqui, onde é consagrado.
Não que o garoto não seja bom. Lázaro Ramos é, para aderir de vez ao clichê, "um dos melhores atores de sua geração", sem dúvida. Mas não é o único, apesar de a mídia esquecer disso.
Ele ainda não conquistou tudo o que pode conquistar nesse país, é fato. Ainda nem protagonizou uma novela das oito! Ainda nem esteve em um filme indicado ao Oscar! Nem é o primeiro ator negro a ser reconhecido por aqui.
Mas de repente, Lazinho é o único ator negro do Brasil, como Sidney Poitier foi o único ator negro em Hollywood por anos, até Denzel Washington ganhar um Oscar. É o negro obrigatório. Assim como Frei Galvão agora é o santo brasileiro obrigatório na Igreja Católica.
E mesmo que ele não goste disso, não vai ter pra onde correr. A quantidade de olho gordo despejada sobre o pobre coitado, do Oiapoque ao Chuí, pode acabar afundando não só a carreira, como o casamento. Por que isso, amigos, não se enganem: só serve pra atrair olho gordo.
Enfim, já deu. Apelo para o bom e velho "deixa o homem trabalhar" e digo que, como leitora e ser humano vivente, não aguento mais ver obviedades sobre Lázaro Ramos regurgitadas milhões de vezes pelos meios de comunicação.
Só espero não ver um dia desses o querido Lazinho sugado pela Ilha de Caras, com cara de gaiato no navio, tendo que falar sobre seu novo projeto enquanto ganha um quadro de Romero Britto. Ou, ainda pior, imaginem a manchete: Lázaro Ramos, solteiro, revela: "a fama não me trouxe felicidade".
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/// sábado, 12 de maio de 2007
conversa de sala de espera.
por Guilherme Athayde
é foda esperar, eu não gosto. não gosto de esperar o fim do ano para ter a semana de recesso entre o natal e o reveillon, tampouco de ficar parado num engarrafamento esperando o carro da frente se mexer ou, pior, ficar esperando uma decisão. preciso de movimento constante.

ai que esses dias eu resolvi viajar. de avião. e eu já esperei muito em aeroporto, sabe? já dormi em aeroporto esperando conexão que só ia sair no dia seguinte. mas isso tudo era esperado. eu sabia que ia chegar, ficar e que no outro dia, na hora marcada, tudo ia funcionar. mas semana passada não foi assim. porque a gente vive no caos, na desordem, na bagunça, no abandono, na escrotidão e em mais centenas de adjetivos que resumem o brazilian way of life.

então foi assim. eu cheguei no aeroporto com uma hora de antecedência e li lá no painel: previsão - 23h55. como assim? meu vôo ia sair 21h55! isso significava três horas na sala de embarque. e o pior - 23h55 era a previsão. ninguém sabia ou queria me confirmar nada. então eu tinha que ser paciente e esperar que as coisas tivessem a boa vontade de funcionar.

eu não fazia muita questão de voltar para casa, mas já que eu já tinha começado, então tinha que terminar. e sentei naquela sala de embarque. cheia. e comprei uma revista. e o cara da lanchonete estava ouvindo (e cantando) chiclete com banana. e eu sentei. e esperei esperei esperei. era mais de meia-noite e meia quando o avião estava decolando.

aí eu esqueço que aqui a espera é um ingrediente do dia-a-dia. porque a gente vive meio na incerteza. talvez, quem sabe que horas, um dia, espera um pouco, já estou chegando. e isso está tomando dimensões cada vez maiores. será que eu vou esperar 1, 2 ou 5 horas no aeroporto? será que meu avião vai decolar? e, se decolar, será que algum jatinho vai bater nele?

e isso vai ser assim até quando?
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/// sexta-feira, 11 de maio de 2007
O papa quer ser pop
por Fernanda
Os passeios do papa estão me dando nos nervos. Já não basta ele ter olhos fundos e boca quase sem lábios que lhe dão ares demoníacos, ele desce pela escada do avião elegante e confiante como se tivesse 20 anos de idade! Pra mim, ele vendeu a alma. Pronto, falei.
Aceito que ele diga que é contra o aborto, a eutanásia, gays, camisinha, sexo...não se pode esperar o contrário. A igreja quer que todos só façam sexo para procriar, e isso tem alguma lógica lá na doutrina dele. Mas dizer que vai excomungar os políticos achando que isso vai ter algum resultado, é muita pretensão. Pretensão também achar que cem mil pessoas iriam ficar na rua pra vê-lo no papa-móvel ou assistir a missa no mosteiro, quando só apareceram 5 mil. Nem São Pedro gosta do papa, mandou uma boa chuva. Bem feito! Ninguém mandou descer do avião com o pé esquerdo. O outro papa, o com cara de bonzinho, até o chão beijava. Ele também dizia frases do tipo: "Se Deus é brasileiro, eu sou carioca"... ó que simpatia de garoto!
Dentre as festividades da visita do pontífice, um show com músicas religiosas num estádio de futebol aguardava, hoje, o papa chegar. Deveriam ter chamado o Engenheiros do Hawaí. Ou ele deveria ter dado uma dançadinha. E dalhe chuva pra galera! (Os jovens católicos existem mesmo, ou são só figurantes? )
No mais, a rede globo está beirando o ridículo. Flashes e mais flashes no meio da programação pra mostrar o papa dentro daquele vidro blindado. Beleza que eles sejam contra o aborto, que odeiem os evangélicos, mas vamos tentar ser mais discretos, não é mesmo minha gente? Linda foi a declaração do ministro da saúde, que disse que o aborto é uma questão de saúde pública e boboufe.
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/// quinta-feira, 10 de maio de 2007
comida de ontem é o que resta
por Carolina Costa
Festa com nome de chiclete, canal fechado que ainda passa Macgyver , almanaque de oitenta reais que fala sobre os anos oitenta e remixagem dos Menudos. As pessoas ficam alucinadas com a idéia de voltar no tempo.
Relatividade einsteniana à parte, suplicamos a cara do hoje.

Segundo inúmeras aulas que teceram comentários sobre o funcionamento da publicidade X a necessidade do consumidor, cada um se oferece um pouco. Tanto o público diz o que quer quanto o mercado diz o que pode dar. Mas convenhamos que chega de tendências playmobísticas .Diga nããããão aos anos 50,60,70,80 e 90. Não queremos mais embalagens de fermento da Royal e chega de cara de velha da quacker com seu Madruga na camisa da cavalera. Chega.

É bonitão e tal, mas é do tempo que Machado de Assis era redator publicitário.

Criadores do meu Brasil, digam não às tendências, criem!
Vamo nessa diretores, criadores e fazedores de propaganda geral. Confio em vocês. Criem a cara do hoje!
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/// quarta-feira, 9 de maio de 2007
Dia de merda
por Ivan Seixas
"Urubú quando tá de azar, o de baixo caga na cabeça do de cima", Já dizia meu pai. E tem dias que são exatamente assim, tudo o que pode dar errado começa a dar errado. Nesses dias o melhor seria ficar quieto, brincar de estátua e rezar para que nenhum pombo cague na sua cabeça (coisa que ele certamente vai fazer). Afinal, quando tudo começa a dar em merda, não adianta querer consertar, você só vai conseguir se complicar mais ainda, porque merda, quanto mais mexe, mais fede. É uma merda mesmo.

Eu hoje entrei numa dessas espirais da merda, e consegui uma porção delas, batí o pé na quina da porta quando tava de chinelo e machuquei o dedinho (quele que dói), calcei a meia ao contrário e fiquei com ela pinicando meu pé metade do dia, fui atender o celular quando estava saindo da garagem e aproveitei pra arranhar a lateral do carro, percebi na saida que tinha esquecido meus papéis em casa, subi pra pegar e derrubei suco no chão, não limpei e consegui escorregar no suco quando estava saindo, bati a cabeça na porta do armário e finalmente, esqueci meu caderno na agência. Quanto ao caderno, aparentemente não há nada de grave, eu poderia pegar ele amanhã, mas nele estavam as minhas anotações pro texto do piada, e o texto tinha de sair hoje.

Ainda liguei para a agência e pedi a meu colega de trabalho que levasse o caderno pra casa e deixasse na portaria pra que eu passasse lá e pegasse. A casa dele fica pertinho do lugar onde tenho aula à noite. Mandei mensagem pra lembrar e tudo, mas hoje simplesmente não era o dia. Aliás, foi até melhor ele ter esquecido. Num dia como hoje, caso ele tivesse lembrado de pegar meu cadero, certamente deixaria cair numa boca de lobo ou num monte de merda ou alguma coisa ainda pior teria acontecido às minhas anotações.

Então lá vou eu em plena maré de azar, pegar o diabo do carderno na agência. E no caminho eu, naturalmente, piso no cocô. Era o que estava faltando. Percebi um cheirinho ruim enquanto subia o elevador. Merda! Não dava pra entrar fedentão na agência, com meu chefe lá e sair melando o chão de bosta bizarramente assim. Por mais que se queira, algumas vezes, fazer algo do tipo, esse definitivamente não era o momento. Eu queria pegar o caderno e ir embora. Pensei no que fazer. Se descia, se ia embora, se voltava em casa pra trocar de sapato, lavar o pé, se raspava sapato no chão da rua. Mas eu já estava atrasado demais por causa de todos os outros contratempos ao longo do dia e além do mais, estava sozinho elevador. Então decidi raspar o sapato ali no chão mesmo, foi uma daquelas decisões rápidas e inconseqüentes que você tem nesses momentos infelizes. O pessoal da limpeza daria um jeito. Que merda eu já estava de saco cheio e não queria mais pensar no assunto. Limpei o sapato alí mesmo. Quando saí do elevador, olhei mais uma vez pro meu pé e vi que ainda haviam alguns, digamos, traços de fezes na sola do sapato. Fui prum cantinho e raspei insistentemente o pé no chão antes de ir bater na porta da agência.

Entrei e saí bem rápido. Cumprimentei meu chefe que me abriu a porta, peguei meu caderno e saí antes que o cheiro pudesse se desprender do sapato. Respirei aliviado, ufa. Enquanto esperava o elevador sentia aquele cheirinho desagradável e me sentia culpado. Não é certo sair limpando a sua merda por aí, mas também não é certosair cagando pelas ruas pros outros pisarem, então eu estava só retribuindo ao universo a merda que ele jogou em mim. Foi então que percebi que no exato local onde eu havia limpado o cocô do sapato pela segunda vez, havia uma câmera. Puta merda! Essa onda de azar e merda estava indo longe demais. Não se pode mais nem pisar na merda e limpar o pé em paz, sem ser vigiado em todo canto?!?!

"Sorria! Você está sendo filmado". É Lógico que naquele elevador fedido também tinha uma câmera. É lógico que essa câmera me pegou levantando a perna pra olhar a sola do sapato, fazendo careta e depois esfregando o pé no assoalho, e é lógico que os zeladores não ficam assistindo as câmeras dos elevadores a essa hora da noite, até porque não tem mais quase ninguém no prédio, certo? Errado. Eu saí do elevador com a minha cara de cú apertado e passei correndo pela frente dos dois que, debruçados sobre o balcão, acompanhavam fixamente a televisãozinha toda dividida que passava as imágens de todas as câmeras do prédio.

Voltei pra casa envergonhado, a moral abalada, com medo de ser preso e ainda tive de aturar as gargalhadas de todo mundo que me ouviu praguejar contra essa merda toda. Tem dias em que, definitivamente, era pra ter ficado em casa. Fico só imaginando se a privada ia entupir, transbordar, escorrer pela janela, inundar o mundo. Mas pelo menos eu estaria em casa lidando com a minha própria merda.
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/// segunda-feira, 7 de maio de 2007
Noir - O outro lado.
por Edigarigor

Certo dia, lembrei-me das velhas épocas e dos meus amigos estranhos e eu perambulando tarde da noite numa busca infeliz por ônibus na Carls Goms. Oriundos de festas underground que rolavam pelos locais ao redor e depois do lindo pôr-do-sol e do jazz no Solar do Unhão - ah, que saudade da coxinha catupiry - , descobríamos aquela boemia esquizofrênica, onde o cheiro dos salgados gordurosos e das carnes de gato mal-assadas confundiam-se com o chorume que passeava por entre as pedras das calçadas.

Saíamos do Pelourinho - já “Patrimônio da Humanidade” – com suas casas pintadas e explosões de uma cultura que me soa ilustrativa, apenas. E descíamos para a Praça Castro Alves pensando em desafiar a morte e descer a Ladeira da Montanha naquele horário.

“Aonde, pai?!”

E seguíamos até um Campo Grande. Inicialmente passaríamos por aqueles cinemas onde eu tanto assisti aos filmes de Xuxa e dos Trapalhões na minha infância. Lembro como ontem de “Street Fighter”: o meu último filme no Glauber Rocha e “Harry, um Hóspede do Barulho” que seria o primeiro no outro, cujo nome eu não lembro, mas que teve o fim dos demais cinemas: viraram casa de culto. Ah, não era o Art 2 do Politeama – que virou casa de culto também.

E andando felizes, alegres e trôpegos naquela grande avenida. As putas de caras infantis e os travestis desproporcionais que passavam pela 7 Avenue quebravam pelas ruelas cheias de bêbados incautos e seguiam para o Pelô na procura de um turista abandonado.

Na seqüência tinha o Tchê Night Club, onde eu me acabava de rir com os leões-de-chácara piadistas – alguns amigos meus até hoje - e clientes sendo sugados pelas menininhas “pós 18” enquanto corpos de mulheres que nunca vi perambularem por Salvador ao dia rodopiavam nuas num espetáculo malfeito.

Era só ver quem estava rodeado de mulher e já se sabia: era o bobo da vez. “Pague uma merenda pra mim”, e vinha uma dessas buzinar no meu ouvido colegial. Eu, pobre, lenhado, com dez conto de consumação – leia-se dois refrigerantes – não era público-alvo; ela percebia e voltava-se para atacar outro. Raros não foram os momentos em que ouvi os pedidos de amor de bêbados depois de um Strip Tease particular – que não valia a pena e ainda custava 25 conto.
E ainda passávamos pela “Âncora do Marujo” – onde nunca entrei - e chegávamos ao “1001”, um bar GLS meio entocado, descoberto apenas pela numeração homônima, onde rolava um pagodão brabo, a cerveja era barata e as brigas de mulheres pelas suas respectivas namoradas era uma constante.

Embriagados com o odor pesado de cigarro do local e surdos com o volume piegas de techno, continuávamos a trilhar a Avenida até chegarmos ao ponto do Vila. Era onde o frio batia e começávamos a aparentar sinais de cansaço.

Chegava o buzu. E todos iam para casa.
___________________________________
*Foto de Carlos Gomes, maestro e compositor brasileiro, autor da mundialmente consagrada ópera O Guarani.
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/// sábado, 5 de maio de 2007
O Show de Truman
por Thiago
Ao sair do Bompreço da Manoel Dias ontem, fiquei me perguntando se eu era um cara de gostos tão exóticos assim. Pela terceira vez consecutiva não havia encontrado qualquer pilha do tipo AAA, a pilha palito. Apesar de no display de pilhas constar até uma do tipo 9V, que eu nem sabia que existia, a danada da AAA não estava nem mesmo ao lado daquelas que ficam no caixa, onde quase sempre estão. Como sempre, consultei o gerente de suprimentos, minha última esperança, tendo como resposta um conhecido "É, senhor, não tem. Vai desculpando".

Sim, nada demais isso de não ter encontrado uma coisinha no mercado, não há nada de exótico aí. Não fosse o fato de essas pilhas serem o 5º produto diferente que me fizeram passar pelo mesmo problema, e somente nos últimos 3 meses. Pode-se dar a impressão de que é justamente o oposto; eu sou tão normal que compro as mesmas coisas que todo mundo, e por isso elas acabam num instante. Mas, convenhamos, se elas fossem tão bem vendidas assim, ninguém ia ser otário de deixar faltar sempre dessa maneira. Até porque, por exemplo, toda pilha que eu conheço tem validade a partir de 2009, ou seja, preocupação com sobra de estoque nem é cogitável. Enfim, até agora não tenho uma versão plausível do porquê disso, e os fatos só ajudam a reforçar essa dúvida.

Vamos lá, eu gosto de Halls vermelho. Muita gente sabe disso. Mas também todo mundo sempre me vê com o Halls preto na mão. Por que será? Caramba, é o único que nunca tem lá, é impressionante. Tanto é, que da última vez que achei, comprei logo uns 3 pacotes, pra não dar mole. Eu me barbeio com Gillette SensorExcel. Pra mim, é o melhor custo benefício do segmento. Pois bem, alguém tem alguma sugestão de como se chama a lâmina que eu raramente encontro? Depois de 3 tentativas, desisti e comprei a Sensor véia normal mesmo.
Shampoos! O que mais um cara normal precisa do que um shampoo para... cabelos normais? Então, acabei descobrindo que ser normal é algo exótico. Fui obrigado a comprar um tal de "Cachos hidratados" pra não ficar de cabelo sujo. E quanto aos desodorantes? Hum, nenhuma mudança. Aliás, sim. De tanto que eu ia lá e não achava meu Rexona Sensitive, mudei de marca.

O mais triste disso tudo é você constatar que o único que falta é o que você está procurando, todos estão lá. Olhando pra sua cara de otário, se acabando de rir e lançando um belo "Ha-ha!" à la Nelson dos Simpsons. Você se sente um merda, que só adota produto errado. "Não dou uma semana pra esse desodorante Dove que eu elegi sair das prateleiras", é tudo o que eu consigo pensar. E daí recomeça a busca. Porra, eu tenho mais o que fazer!!

Pois, ontem eu saí do Bompreço sem nada na mão. Podia sentir as pessoas apontando pra mim. Sentia-me derrotado e escaldado pelo capitalismo-nada-selvagem. E, contrariado, chegando à conclusão de que deveria me tornar um cara exótico. Só assim pra ser normal.
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/// terça-feira, 1 de maio de 2007
ah, bh …
por Fernanda
eu amo BH radicalmente

uma cidade sem mar tem algo diferente. algo não. tudo é diferente.
o mar dá sensação de fim, de horizonte...quando dá aquela angústia, os moradores do litoral, olham pro mar, e podem ver que algo no mundo tem fim (mesmo sendo um engano). as cidades litorâneas crescem sempre ao lado do mar, o que as tornam compridas. já as outras, as sem mar, são redondinhas e tem seu mote em outros aspectos: uma fábrica, o centro comercial, a prefeitura, etc. Belo Horizonte é uma cidade sem mar, sem horizonte, mesmo que bela. um exemplo da falta do mar, é que em vários pontos da cidade (no meio dela!) existem placas indicando onde fica o Rio de Janeiro, Vitória, Salvador...todas cidades litorâneas, que os mineiros escapam quando podem. uma consequância da falta do mar, é a quantidade de bar. todo mundo bebe, até os mais pudicos. todo bar tem cachaças, tem comida boa e mil tipos de cervejas difentes. é uma cidade fria, pelo menos ela se mostra assim pra mim em todas as vezes que fui, em épocas distintas. uma cidade arborizada que espalha poeira vegetal pelo ar que, segundo fontes seguras, me fazem espirrar. uma cidade com trânsito estanho, embora organizado. uma cidade com torcedores de futebol fanáticos que cocorejam pelas ruas, quando ouvem uma buzina. talvez como consequência do não-mar, eles têm um excelente arsenal cênico: giramundo - teatro de bonecos, grupo corpo - de dança contemporânea e grupo galpão. os três são os melhores que eu já vi, em suas categorias.
e além de tudo são orgulhosos de sua terra. usam adesivos nos carros "amo BH radicalmente", mesmo não tendo nada de radical nisso. é uma cidade come quieto que nem os mineiros.
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